França - 08/12/2018
Os crâneos reformistas do PTS com poucas luzes
A saída que propõem para o Brasil? Assembléia Constituinte
Para Bolívia? Assembléia Constituinte
Para Espanha? Assembléia Constituinte
Para China? Assembléia Constituinte
Para Argentina? Assembléia Constituinte
Também Constituinte para a União Européia.
Para os EUA? Não é necessária, está o partido dos Democratas imperialistas que em suas candidaturas leva mulheres, jovens e imigrantes.
Não podem negar que para o PTS sua estratégia se organiza arredor da luta para toda uma etapa de “democracia real” e por amplificá-la e nela fortalecer a classe operária e depois avançar ao socialismo.
Agora fica claro por que tanta falação sobre confluências entre Trotsky e Gramsci... Era para fazer aparecer a seus militantes a teoria clássica dos mencheviques.
Assim pregam como uma saída imediata à bancarrota do sistema capitalista a saída parlamentária burguesa...
Anticapitalistas? Não mintam mais. São liberais, só isso.
Impressionante! Não fica nem vestígio de trotskismo nesse partido.
Fica algum socialista por ai? Lutar para impor uma Assembléia Única na França sem esmagar a polícia que foi colocada nas ruas com 90 mil homens ocupando todo o país? Assembléia Nacional sem desterrar a Córsega o Napoleão Macron? Sem armar o povo? Sem tomar a Bastilha? Sem esmagar com uma insurreição revolucionária a casta de oficiais de uma das potências militares mais importantes do planeta? Sem colocar de pé os conselhos de operários e soldados? “Democracia generosa” sem lutar pela medida mínima democrática de tirar o imperialismo francês de suas colônias e dos países que invade e saqueia como o Chade e Mali?
Algum democrata ilustrado desse partido se deu conta que uma Assembléia Nacional com câmara única na França sem conquistar a independência das colônias, seria uma banda de bandoleiros saqueadores dos povos oprimidos?
O PTS tem dito a verdade a seus seguidores? Disse que a central patronal francesa, a MEDEF, que agrupa bancos e transnacionais, nesta V República é o verdadeiro gabinete e conselho de ministros de Macron que por sua vez ele como presidente é o comandante em chefe das Forças Armadas que conduz invasões sem render contas para Parlamento nenhum nem Assembléia Nacional, embora esteja unificada?
Derrotar Macron pela via pacífica e eleitoral? Essa é uma saída elegante para a burguesia e seu governo perante uma crise revolucionária nas alturas que abriria se Macron caísse por uma ação direta da luta das massas.
Mélenchon e a esquerda francesa chamaram a que Macron renuncie e que isso não aconteça. Por isso a esquerda reformista chama ao adiantamento das eleições... O PTS propõe o mesmo, deixando intacta a polícia e o poder de fogo de um dos exércitos mais poderosos do mundo. Estes senhores falam a linguagem dos acadêmicos da esquerda nas universidades burguesas... para nada revolucionários nos campos de batalha da luta de classes.
Faz tempo que deixaram de ser “socialistas”.
Não levantaram nenhuma vez a luta pela Comuna, que já gritam os explorados nas ruas da França, nem articulam seu programa arredor de colocar de pé os organismos de poder armados dos explorados.
Para os marxistas as consignas democráticas são episódicas e circunstanciais no nosso programa de ação, se não queremos que elas sejam uma corda no pescoço das massas. Como vemos, para o PTS essas consignas democráticas não só são estratégicas, mas também universais.
São democratas liberais...
Pedimos-lhes que sejam consequentes com isso... Que lutem, se não é pela Comuna, pelo menos pela tomada da Bastilha.
Os combates nas ruas já anunciam que os choques são sangrentos... milhares de presos...
Derrotar Macron implica levantar a demanda democrática mínima da burguesia em sua revolução de 1793 que não era tão só Assembléia Nacional, mas “um fuzil para cada homem” e guilhotina para derrotar a nobreza... Só assim inclusive será possível conseguir a Assembléia Única que o PTS prega.
Foi isso que os bolcheviques fizeram, tomaram o Palácio de Inverno com os soviéts e depois deram aos democratas liberais e menchevique sua Assembleia Constituinte, só para demonstrar que ela não dava nem o pão, nem a terra e nem a paz... Não servia para nada...
O PTS também chama a Greve Geral, mas não chama a derrotar os traidores do PC (Partido Comunista, NdeT) na CGT e seus comparsas de Força Operária e demais pelegos das centrais sindicais da França... Mas o pior é: para conquistar essa Greve Geral Revolucionária para tirar Macron é necessário colocar já de pé a milícia operária, das barricadas e dos comitês dos sindicatos e dos estudantesem luta...
Macron colocou 100 mil policiais nas ruas... E o PTS fala de greve geral sem comitês de autodefesa? Estão rindo de quem?
Como dizia Trotsky na França revolucionária da década de 30: “só charlatões e fanfarrões miseráveis podem jogar, nas condições atuais, com a ideia da greve geral rejeitando ao mesmo tempo um trabalho sério para a criação da milícia operária!”
Também colocavam os trotskistas nos anos 30, “ampliar a arena democrática para atividade das massas” não só será conseguido esmagando e desarmando a polícia e lutando pela base do exército e dos soldados rasos antes que os canalhas imperialistas encham de sangue a França insurreta.
O PTS é uma corrente que faz tempo que renegou do marxismo revolucionário... Não é Comuneiro nos combates de Paris. Mas pelo menos que atuem como jacobinos de Robespierre e não como girondinos miseráveis conciliadores com a nobreza.
Levou do stalinismo sua pseudoteoria da revolução por etapas e da socialdemocracia sua predisposição de administrador democrático dos negócios dos bandidos imperialistas... são um adendo da Nova Esquerda européia com alguns graus de febre a mais... São os “anticapitalistas” de Syriza, o Podemos, Corbyn, os “socialistas” da rainha e simpatizantes plenos do Partido Democrata dos EUA.
Suas enganações e ataques falsificando ao marxismo chegaram a seu fim. Em Paris se combate pela Comuna! A Bastilha se toma com uma revolução dos conselhos de operários, camponeses e soldados.
Os combates da França são um elo de uma cadeia de luta de toda a classe operária que está em condições de se unificar por suas demandas imediatas que são as mesmas: salário, contra a carestia da vida, pelo trabalho, a educação e as aposentadorias dignas... A faísca da França deve incendiar Europa para que queime o Maastricht imperialista! O combate pela comuna e as demandas exigidas das massas unificam a classe operária européia como também a luta contra o saque das colônias unifica os Coletes Amarelos com seus irmãos de classe do mundo semicolonial.
Uma Assembléia Única como uma solução imediata e uma tarefa para os operários da França, os separa da luta de seus irmãos de classe do restante da Europa e os submete a seus carrascos nativos.
A revolução européia varrerá para o lixo da história as falsificações e traições da causa do socialismo...
Combater pela Comua de operários, camponeses e do povo pobre é o único caminho para tomar a Bastilha e conseguir as demandas mais sentidas dos explorados. Na França também se enfrentam nas barricadas duas teorias e dois programas: o dos reformistas que sustentam esse sistema capitalista falido e o da IV Internacional que combate pela Comuna como elo da revolução na Europa e a nível internacional.
Carlos Munzer