02 de outubro, 2013

Todas as correntes internacionais que se reivindicam da classe operária, das massas oprimidas pelo imperialismo e da luta pelo socialismo, devem tomar em suas mãos em todo o mundo o chamado que desde a Argentina realizou a comissão dos familiares pela liberdade dos petroleiros da cidade de Las Heras.

 

Declaração de FLTI - Coletiva de refundação da Quarta Internacional

NO DIA 12 DE DEZEMBRO, EM LAS HERAS-ARGENTINA, UM TRIBUNAL DE JUIZES, QUE TORTURARAM E REPRIMIRAM OS TRABALHADORES, SE PREPARA PARA CONDENAR À PRISÃO PERPÉTUA E AO ENCARCERAMENTO ONZE OPERÁRIOS PETROLEIROS

UM TRIBUNAL DAS PETROLEIRAS IMPERIALISTAS QUER CASTIGAR OS TRABALHADORES POR LUTAR

Um Congresso de Operários e Estudantes, e a Comissão de Trabalhadores processados, familiares e amigos de Las Heras fez uma moção a todos os trabalhadores e lutadores antiimperialistas, que todos devem tomar em suas mãos:

Desde as cadeias, desde as masmorras dos regimes opressores, desde as organizações operárias e antiimperialistas em luta no mundo…

FAÇAMOS ENTRE TODOS QUE O DIA 12 DE DEZEMBRO SEJA UM DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA LIBERDADE DOS TRABALHADORES PERSEGUIDOS E ENCARCERADOS

Em Las Heras, no extremo sul da Argentina, as petroleiras que saqueiam seu território, como fazem junto às transnacionais com todos os povos que oprimem, querem dar um castigo aos trabalhadores.
Em 2006, estes se levantaram e organizaram uma grande luta contra a precarização trabalhista e contra o imposto ao salário, que o governo lhes cobra todos os meses de seus magros salários.
Em 2006, os operários petroleiros marcharam junto ao povo e foram reprimidos com balas de borracha, de chumbo e com gás lacrimogêneo. Durante a repressão às manifestações, caiu morto um policial.
Hoje, com falsas provas, com testemunhos arrancados sob torturas, como ficou demonstrado durante os três meses que durou o julgamento oral, os juízes das petroleiras tentam imputar a 11 operários a prisão perpétua e/ou encarceramento.

Depois de muitos anos de cárcere, em um povoado ocupado de fato pela polícia, os trabalhadores voltaram a se colocar de pé, a lutar por seus irmãos de classe e ganharam as ruas da cidade.

Centenas de organizações operárias, comitês de empresas, sindicatos, centrais sindicais como a CTA (Central de Trabalhadores Argentinos), e organismos de direitos humanos como as Mães da Praça de Maio(Linha Fundadora) hoje os apoia e se preparam para marchar no dia 12 de dezembro até a cidade onde funciona o tribunal, para impedir a condenação dos companheiros.

A comissão de processados e familiares de Las Heras, em um Congresso – recentemente realizado – chamou a conquistar uma greve geral dos trabalhadores da província onde está localizada Las Heras, e um plano de luta nacional, para impedir que este tribunal secione e condene aos trabalhadores, posto que no dia 12 de dezembro, o tribunal ditará a sentença.

No dia 15 de novembro, se realizará uma marcha na cidade de Buenos Aires ao mesmo tempo que em Las Heras, entre outras atividades programadas. Esta luta é parte do objetivo que propuseram os trabalhadores de Las Heras, de colocar em pé uma Coordenadoria Nacional na Argentina, para libertar os presos operários de Corral de Bustos, na província de Córdoba, e organizar uma só luta pelos mais de 6500 processados.

Neste congresso, inclusive, se propôs que o dia 12 de dezembro se transforme então no Dia Internacional de Luta pelos trabalhadores perseguidos, pois o inimigo que nos ataca e persegue, em todo o mundo, é o mesmo.

Em mais de 500 cárceres secretos da CIA sequestram-se impunemente trabalhadores e lutadores antiimperialistas, que são torturados e castigados cruelmente. O cárcere de Guantánamo é um exemplo vivo do que dizemos. Pelo delito de ser um imigrante fugindo da miséria e da repressão, os encarceram e separam os operários de seus filhos nos EUA ou na Europa . Nos EUA, Mumia Abu-Jamal  é o símbolo da resistência contra a repressão sanguinária dos piratas imperialistas ianques sobre a classe operária mundial e sua própria classe operária, que pelo delito de ser um ex-Pantera Negra, um lutador da causa dos operários negros, o acusam de assassinar um policial, com provas plantadas e infundadas, e que se encontra desde o ano de 1982 encarcerado e com sentença de morte. Trinta e um anos com sentença de pena de morte, chegando perto de ser executado em várias ocasiões. Esse é o estado “democrático” de Mr. Bushobama!

A nação palestina, mil e uma vezes ensanguentada, tem seus melhores filhos nas masmorras do sionismo. Samer Al-Aissawi, preso palestino, é um emblema da luta contra a ocupação sionista. Ele se nega a sair de Jerusalém, porque se nega a ser tirado de SUA JERUSALÉM, SUA NAÇÃO, A NAÇÃO PALESTINA. E luta pela sua liberdade e pelos mais de 4500 presos políticos palestinos.

Nos cárceres de Al-Assad são massacrados dezenas de milhares de trabalhadores que hoje são usados como escudo-humano para conter o avanço das massas sublevadas.
Nas empresas automotivas da Índia como a Suzuki, ou nas têxteis de Bangladesh, onde morrem como escravos e escravas aqueles oprimidos em suas máquinas ou em desabamentos, nesses países, as prisões estão se enchendo de lutadores.

No Magreb e no Oriente Médio, o levantamento dos oprimidos recebe hoje um feroz castigo do imperialismo e dos regimes dos opressores que expropriaram as maiores conquistas das massas, que foram suas revoluções e levantamentos que, com mortos e mártires, colocaram de pé.

Na Tunísia, no Egito, no Bahrein, ou no Iêmen, também se encontram presos por lutar pelo pão e pela liberdade.

Potências imperialistas que se pintam de democráticas, invadiram o Mali como fez a França. Não é por acaso que nesse país, Georges Abdallah, um lutador libanês pela causa palestina, está no cárcere há 30 anos, por ordem e a conta do sionismo.

Semanas atrás, o imperialismo ianque, com seus mercenários, entrou no território líbio e sequestrou Abu Anas Al-Liby, quando voltava para seu lar depois de fazer a oração do Al-Fajer. Foi levado pelo que é sim um comando terrorista da CIA, até uma frota ianque no Mediterrâneo e hoje se desconhece o seu paradeiro. Seu “delito” foi encabeçar a luta contra Qaddafi.

Na China, a classe operária vive encarcerada nas fábricas-cárcere, verdadeiros campos de concentração, como a Foxxcon, onde se reprime e se tortura os trabalhadores. Ali os operários devem suicidar-se para fazerem escutar as suas demandas, como fazia Bouazizi imolando-se na Tunísia em 2011.

Com os massacres da África, como no Congo, sustentado pelas bases militares imperialistas e as mineradoras e petroleiras transnacionais, não há estado que não tenha suas mãos manchadas com o sangue dos trabalhadores e reféns em seus cárceres.

Na América Latina, estão para ser processados e condenados os mineiros de Huanuni na Bolívia e os mineiros que lutam contra as transnacionais no Peru. Milhares de presos da resistência operário-camponesa apodrecem nos cárceres do regime fascista da Colômbia, sustentado pelas bases militares ianques, como também nas masmorras do regime cívico militar chileno.

Não há continente onde os trabalhadores não tenham vítimas, mártires, perseguidos e tomados como reféns nos cárceres dos governos e regimes lacaios das transnacionais.

O INIMIGO É O MESMO!
Coloquemos de pé um grande movimento internacional para arrancar todos os nossos irmãos de classe e lutadores antiimperialistas das masmorras dos opressores! Eles, seus governos, suas cortes, seus tribunais e juízes, são aqueles que legitimam e executam as torturas, os piores genocídios, massacres e ocupações em países de todo o mundo. Eles são os terroristas! Eles são os criminosos de guerra! As petroleiras, as transnacionais e esse punhado de banqueiros e parasitas de Wall Street, a City de Londres, o Bundesbank e o Banco de Tóquio, entre outros, são os chefes e dão as ordens para reprimir os trabalhadores e para massacrar os povos oprimidos do mundo.

Chamamos para tomar entre todos o dia 12 de dezembro e transformar em um dia de luta internacional, para que este tribunal da vingança não sessione em Las Heras, pois para ele nenhuma prova é suficiente, porque só quer castigar e condenar os trabalhadores. Para a classe operária argentina, a condenação dos companheiros abriria um precedente gravíssimo, posto que  mais de 6500 operários e lutadores estão sendo perseguidos e processados por uma justiça controlada por juízes provenientes da ditadura militar de Videla, e outros testas-de-ferro dos banqueiros imperialistas.

No dia 12 de dezembro, é preciso dissolver o tribunal da vingança, para conquistar a liberdade dos companheiros e para acabar com os processos dos 6500 lutadores perseguidos na Argentina.
Chamamos ao pronunciamento e à coordenação de ações em todo o mundo:

Liberdade a Samer Al-Aissawi e aos 4500 palestinos nas garras do estado sionista-fascista de Israel!

Liberdade a Georges Abdallah, preso na França à conta e por ordem do sionismo!

Liberdade a Abu Anas Al-Liby, sequestrado na Líbia por um grupo de elite ianque sob o comando de Obama!

Liberdade imediata e incondicional para Mumia Abu-Jamal!

Liberdade aos lutadores antiimperialistas presos em Guantánamo!

Liberdade aos presos políticos encarcerados em mais de 500 cárceres secretos da CIA espalhados pelo mundo!

Liberdade aos trabalhadores imigrantes presos na Europa imperialista e nos EUA!
Liberdade aos presos bascos, presos nos cárceres da monarquia espanhola e aos chechenos que apodrecem nas masmorras do assassino Putin!

Liberdade já aos operários petroleiros de Las Heras e Corral de Bustos!
Pelo desprocessamento dos 6500 lutadores perseguidos na Argentina!

Liberdade a todos os operários e jovens lutadores do mundo encarcerados nas prisões dos parasitas imperialistas e seus governos e regimes!

Tomemos esse chamado em nossas mãos, que percorra o mundo, que cruze as fronteiras para que todos conquistemos uma grande luta e gritemos forte para fazer-nos ouvir de uma vez por todas
A SUBLEVAÇÃO DOS ESCRAVOS NÃO É DELITO, É JUSTIÇA!