BRASIL
A burguesia e seus políticos disputam com unhas e dentes os negócios com o imperialismo, sobre um mar de miseráveis, graças à submissão à burguesia petista imposta pelas direções de nossas organizações de luta
BASTA! ELES NÃO NOS REPRESENTAM!
Chegou a hora que a classe operária intervenha e coloque ordem na cena nacional
É preciso retomar o caminho de 2013
Essas mesmas direções que hoje sustentam o PT em seu ocaso, já eram expulsas das ruas pelas massas ao grito de “Eles não nos representam”. Por isso juramentaram esconder sob sete chaves o combate de 2013.
Fazem isso quando retomando o caminho de 2013 é que se pode unificar a classe operária, a juventude rebelde e os explorados do campo e da cidade sob um combate comum, que garanta a unidade das filas dos explorados e que coloque o pé no peito dos explorados.
Agora fica tudo claro, nem o PT, nem nenhum partido da esquerda do regime reivindica o combate de 2013, porque esse foi apesar e principalmente contra eles. Seu grito de “Não nos representam” era a faísca para sacudir de seus alicerces o gigante brasileiro, que chocava contra as direções do Fórum Social Mundial que durante anos tinham se submetido aos bolivarianos, aos carrascos do PT através do Pacto Social, garantindo “Ordem e progresso” do imperialismo e dos exploradores.
É assim porque tanto os que se determinaram a enganar à classe operária com a “luta contra o golpe” para submeter ela abertamente ao PT em seu ocaso, como os que dizem que não tem golpe em curso, mas consideram reacionária a saída do Impecahment. Eles se determinaram a fechar todo caminho de intervenção independente da classe operária no cenário político e se dedicam a submeter à burguesia e suas instituições, porque todos acordaram que a saída está nos marcos da Constituição de 1988, seja com eleições gerais, seja com plebiscitos vinculantes, o reformismo sempre aos pés da burguesia e fieis a seu regime.
Essa foi a tragédia da classe operária no Brasil. As direções da classe operária e dos explorados se negaram a dizer que só se pode sair da situação de miséria atual e impedir que essa continue aprofundando-se, atacando a propriedade capitalista, rompendo todos os acordos assinados com o imperialismo, rompendo com o FMI, expropriando sem pagamento e colocando sob o controle operário todas as transnacionais, expropriar os fazendeiros e as transnacionais do agronegócio para dar terra aos camponeses pobres e garantir alimento barato para todos os explorados. Quando estava em discussão o problema do poder, quando as brechas nas alturas colocaram que se as massasentrassem com suas demandas por pão, trabalho, terra, moradia e vida digna, quando estava na ordem do dia que as organizações, que durante anos falaram em nome dos explorados do campo e da cidade, jogassem o papel pelo qual foram colocadas de pé em décadas de combate, essas estavam atadas por milhares de laços à burguesia e submetidas em anos de Pacto Social com os carrascos dos explorados.
Se hoje a classe operária e os explorados não pesam no cenário político, é pelo papelo das direções de suas organizações de luta, impediu-se a centralização e coordenação das lutas que SIM ocorreram, mas que foram isoladas e submetidas às mesas de negociação com a patronal e o Ministério de Trabalho.
Seu papel de blindar a Frente Popular e impedir uma ruptura das massas pela esquerda, atando as mãos do proletariado industrial organizado nos sindicatos e impedir que surjam nas mobilizações de 2013-2014 organismos onde as massas que tomavam as ruas pudessem centralizar-se e coordenar-se e intervir no cenário político centralizando o combate dos explorados.
Esse papel o jogaram os representantes diretos do PT como são as direções pelegas e as correntes stalinistas penduradas na barra da saia do PT desde a CUT, CTB, etc., como também o fizeram as direções da esquerda reformista como o PSOL, o PSTU e agora o MAIS e todos seus satélites que dirigem a Intersindical e a CSP-Conlutas.
Todos eles vinham de assinar acordos de demissões e flexibilização nas indústrias que dirigem e quando estourou a rebelião de 2013 foram rapidamente se reunir com Dilma na mesa de conciliação para definir um plano de governabilidade, limpando o caminho de obstáculos ao PT e toda a burguesia para que desviasse tudo para as eleições presidenciais de 2014, enquanto todos, como um coral, gritaram conjuntamente que as manifestações de 2013 eram fascistas quando expulsavam das ruas a eles e suas bandeiras vermelhas ao grito de “eles não nos representam”.
Hoje se jogam para salvar o regime burguês sustentando o PT em seu ocaso e levando tudo aos pés do regime exigindo eleições e submetendo-se de fato à farsa das próximas eleições municipais.
Todas, sem distinção se negaram rotundamente a romper seus laços com a burguesia e seu Estado, se negaram a romper a submissão das organizações de luta com a burguesia. Assim, só a burguesia tem clareza para onde vai, enquanto a classe operária e os explorados se encontram ainda desorientados, pois enquanto não reconhecem Temer nem consideram Dilma como uma solução, não contam com uma voz firme desde suas organizações que determine um caminho de luta, nem muito menos um caminho para a vitória.
Infelizmente, graças a essa submissão, a classe operária não conta com uma direção que determine a defesa inalienável de seus interesses em detrimento dos explorados e do imperialismo. Porque toda essa farsa, toda essa cenografia montada pelas direções traidoras, tem um único e mesmo objetivo, resguardar a propriedade dos capitalistas, atuando como enfermeiros desse sistema que nem sequer pode alimentar seus escravos.
Porque a burguesia, muito perspicaz quando considera que corre perigo sua propriedade, percebeu que 2013 significou a ruptura da juventude operária e da vanguarda com a Frente Popular e seus agentes de esquerda. Por isso desde o primeiro momento fechou fileiras com todos e desarticulou o movimento de massas.
Posto que era necessário, sobre tudo, impedir uma ascensão generalizada da juventude explorada, estudantes, operários industriais e camponeses pobres, sem terras e sem tetos, o que colocaria toda sua propriedade em risco.
Desde que o PT chegou no poder não ganhava uma eleição com uma margem tão apertada, com quase 40 milhões que não foram votar. Quando estavam dadas as condições para uma intervenção da classe operária e essas sabiam que das urnas e das eleições burguesas não sairia nada bom, a saída a deu a burguesia.