Das masmorras gregas
Em vistas à jornada de luta pela liberdade dos presos políticos do dia 31 de dezembro Os presos políticos da juventude grega rebelde declaram:
“Apesar das diferenças políticas, temos que nos unir para levar a cabo uma só luta unificada pela liberdade de todos os presos políticos do mundo”
“Quando se está em guerra ou enfrentado o estado dos opressores, temos que buscar o que nos une para poder levar a cabo uma luta unificada mais forte”
“É importante a colocada de pé de uma rede internacional para coordenar a luta pela liberdade dos presos políticos do mundo, porque não se trata só da jornada do 31/12, mas sim que nada dia deve-se continuar esta luta, pela liberdade de todos, para parar o genocídio na Síria, e para derrotar este sistema injusto que cria estas prisões e massacres”
29 de dezembro de 2015. Uma vez mais se reúne o tribunal da Troika imperialista para buscar sentenciar a vários anos de prisão a juventude rebelde grega. É que eles são um símbolo da luta contra os banqueiros que roubaram as riquezas do povo, contra os planos de ajuste da troika imperialista, que deixou a juventude sem futuro, e contra a opressão dos capitalistas que impõem aos trabalhadores um altíssimo desemprego e um salário de miséria. Enfrentar estas condições e lutar por uma vida digna foi seu “delito”, pelo qual os banqueiros gregos e sua polícia e estado os meteram na prisão de Koridallos (nos arredores de Atenas, a capital da Grécia). Ali, Syriza os mantém presos, pois hoje é o carcereiro de esquerda. Sob seu governo foram abertas e continuam sendo múltiplos julgamentos para sentenciar estes jovens rebeldes a muitos anos de prisão, e inclusive a perpétua.
Os familiares e amigos dos presos políticos gregos chamaram neste dia 31 de dezembro uma ação pela liberdade de todos os presos políticos. Na Grécia se reuniram nas vésperas do ano novo nos arredores da prisão de Koridallos e ali receberão o ano novo, junto aos presos. Jornadas de difusão a nível internacional estão sendo preparadas também em diversos países, para fazer este 31 de dezembro uma verdadeira jornada internacional.
“Minha mensagem é com o que venho insistindo a todas as organizações. Que apesar das diferenças políticas, temos que nos unir para levar a cabo uma só luta unificada pela liberdade de todos os presos políticos do mundo. Temos que fazer uma forte luta, e isto se faz nos unindo. A luta pela liberdade dos presos e contra o estado dos opressores é uma questão de todos os oprimidos.” Me disse Panagiotis Argirou, um dos presos políticos que enfrenta múltiplas causas, julgamentos e ameaças de cadeia perpétua.
“É importante que entre todas as organizações que vão tomar parte desta jornada internacional o 31/12 e que vem de fazer o 12/12 se coloque de pé uma rede internacional para coordenar a luta pela liberdade dos presos políticos do mundo. Eu como anarquista estou contra formar uma organização, mas sim acredito que é importante a coordenação internacional e para isso é a posta em pé desta rede, que tem que ser de solidariedade e de luta. Porque não se trata só da jornada do 31/12, mas sim que cada dia deve-se continuar esta luta, pela liberdade de todos, para parar o genocídio na Síria, e para derrotar este sistema injusto que cria estas prisões e massacres”.
Já passava do meio-dia e a jornada do julgamento ainda não começava. Estes jovens aproveitaram para mandar suas saudações especiais à resistência síria, que está combatendo contra Bashar Al Assad. Vibram com seu combate, e desejam o triunfo da revolução dos explorados. Apesar destes presos, seguem ao dia o que acontece na Síria e em todo Magreb e Oriente Médio.
“As massas sírias são as que estão no frente. Elas estão morrendo. Devemos apoiar elas. Nós, desde estas prisões, os apoiamos”.
Finalmente entraram os juízes da Troika e deram início a sessão do julgamento. Os advogados defensores destes jovens repassaram as acusações do julgamento, denunciando que se trata de um ataque político a estes jovens gregos por pensar distintamente, por querer um futuro, e que a lei antiterrorista que querem aplicar a eles, não se aplica nem a eles nem a nenhum dos 52 jovens rebeldes presos que estão sendo acusados, não somente neste julgamento, mas em múltiplos outros julgamentos. A decisão se fará saber no dia 13 de janeiro de 2016.
Até então, os companheiros seguem firmes. Nem por um momento acreditam que sua liberdade virá destes tribunais. Eles não os reconhecem. Só reconhecem os oprimidos em luta, e nisto apostam; a que continuará o combate contra o estado, contra os opressores a nível internacional, e como parte desta luta eles recuperaram a liberdade.
Leandro Hofstadter |