Iêmen – 20 de abril de 2023
Pelo menos 90 pessoas morrem num tumulto na frente de um centro de distribuição de alimentos na capital iemenita, Sanã
Iêmen: Um massacre aos famintos
Tanto Iêmen, quanto Egito, Síria, Líbia, Tunísia, etc. foi parte de uma cadeia de heroicas revoluções que foram traídas e depois massacradas pela contrarrevolução e pelo imperialismo.
Ontem pela noite, centenas de pessoas famintas, na sua maioria viúvas, órfãos e idosos, se amontoaram numa escola na qual seriam entregues doações. Perante a multidão lotando a porta da escola, os hoties dispararam ao ar para dispersar e acabaram atingindo um cabo de alta tensão que caiu encima da multidão matando pelo menos 90 pessoas.
Iêmen é uma verdadeira reserva de mão de obra escrava. Dali saíram os milhares de operários que construíram Qatar, que constroem os poços de petróleo das empresas imperialistas na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes Unidos, em Kuwait.
Eles se levantaram no ano de 2011, uniram suas fileiras, a dos camponeses pobres do norte e os operários de Sanã e no sul do país e arremeteram contra o governo assassino e pró-ianque de Saleh.
Por seu heroico levante no ano de 2011, como parte da cadeia revolucionária do Magreb e Oriente Médio, receberam um castigo brutal por parte de 7 exércitos das burguesias do Golfo encabeçadas pela Arábia Saudita, enquanto transformaram Iêmen em terra arrasada. Milhares morreram numa heroica resistência, enquanto as burguesias locais pactuaram com as tropas invasoras que não puderam entrar e nem restabelecer um domínio do território sobre o sangue das valentes massas insurrecionadas. Foram anos de uma heroica resistência e duros massacres, nada diferente aos ataques de Al Assad, Putin e da Guarda Islâmica iraniana na Síria.
No mês de abril de 2022 já com as massas divididas num Iêmen bloqueado, com uma revolução ensanguentada, assumiu a presidência Rashad Al Alimi. Na Arábia Saudita e com o respaldo dos Emirados Árabes Unidos, se colocou de pé num pacto infame um “Conselho de liderança” para restabelecer o poder presidencial no Iêmen. A maioria das frações burguesas iemenitas entraram no acordo entregando o sangue e a vida dos explorados.
O escarmento foi um cerco de fome no Iêmen que milhares de explorados padecem. Enquanto as frações burguesas pactuam o “Conselho de Liderança”. Enquanto isso, os houties do norte se encontram até hoje pechinchando o controle dos negócios milionários do petróleo e do gás do Iêmen.
Um cerco de fome
De que “comunidade internacional”, ONU ou ONG falam quem entregou e dividiu as cadeias revolucionárias que percorreram Oriente Médio desde o ano de 2011?
Os miseráveis da esquerda socialimperialista acusaram as massas iemenitas de terroristas, os chamaram “povos bárbaros”. CANALHAS! Esse é o trato da aristocracia e da burocracia aos operários escravos do Oriente Médio. Os bárbaros e fascistas nos países coloniais vêm de Wall Street, de Londres, do Berlim, do París!
Como foi na Síria, hoje no Iêmen um grande pacto de controle e saque está em andamento. O pacto de Irã e Arábia Saudita se vem expressando com um cessar fogo provisórios. Como vemos, todas as frações burguesas o apoiam, enquanto as quadrilhas locais pechincham parte dos negócios com o imperialismo das rendas petrolíferas e do gás no Iêmen faminto e ensanguentado.
Enquanto, as massas se amontoam e morrem esmagadas por um punhado de farinha e arroz jogado aos famintos que desesperadamente procuravam comida na porta de uma escola. Esse é o resultado da partilha dos alimentos podres das ONG e da ONU!
Nos processos revolucionários do Magreb e do Oriente Médio se lutou por uma vida digna, pelo pão, pela dignidade e pela independência nacional de seus povos!
O saque imperialista e a voracidade dos capitais nativos é a causa da decadência nacional, da fome e da feroz repressão contra os povos sublevados!
Os bárbaros de Wall Street, de Londres, de Berlim, de Paris vêm por tudo, nesta região se produz 80% de toda a energia do planeta: do ouro negro e do gás... A revolução deve ir por todos eles!
É preciso expropriar os expropriadores para que o povo coma e viva! Expulsar o imperialismo! Armas para as massas!
É preciso preparar o triunfo das próximas revoluções e ondas de combate colocando de pé o partido revolucionário dos escravos insurretos!
É preciso romper com os homens de negócios da burguesia locais e seus governos e regimes infames!
A classe operária da Europa e dos EUA devem olhar atentamente a tragédia dos trabalhadores de Iêmen, Síria e toda a região. Esse é o futebol que levará o crash mundial capitalista, com novas guerras de conquistas nas disputas interimperialistas.
Logo será 1° de Maio.
Os mártires de Chicago e de hoje morrem no Iêmen, na Síria, na Palestina.
Já é hora de unir as forças internacionais dos trabalhadores do mundo!
A esquerda socialimperialista, que vive das moedas que jogam seus chefes do capital financeiro internacional, têm também os dias contados. TRAIDORES!!!
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