À 59ª Assembleia Internacional Antiguerra no Japão
Aos Zengakuren (Federação Japonesa de Associações de Estudantes Auto-organizados)
Ao Comitê da Juventude Antiguerra
À Liga Comunista Revolucionária do Japão – Fração Marxista Revolucionária (JRCL-RMF)
Estamos juntos nesta jornada de combate internacionalista dos marxistas revolucionários do Japão!
Estamos juntos lutando nas primeiras linhas de combate das massas sublevadas da Colômbia e Chile. Estamos juntos da Síria martirizada e sua heroica resistência. Juntos combatemos pela liberdade dos presos políticos sírios, palestinos, chilenos, colombianos, bolivianos, chineses, para libertar os reféns da classe operária mundial das masmorras dos estados e regimes assassinos.
Estamos de pé junto a Greve Geral de milhões de trabalhadores do Irã que demonstram que somente a classe operária poderá liberar essa nação do imperialismo, tomando o poder e derrotando o regime infame contrarrevolucionário dos Aiatolás, como parte de uma única e mesma revolução de todo o Magreb e Oriente Médio. Esta é a única forma de derrotar o sionismo que ocupa a nação palestina e o imperialismo que saqueia todas as riquezas dessa região.
Lutamos junto das massas de Hong Kong e Mianmar. Juntos levantamos o grito de liberdade e direito à autodeterminação do povo uigur na China, como parte do combate do proletariado desse país para acabar com o regime contrarrevolucionário dos “empresários vermelhos” do Partido Comunista.
Na vitória destes combates revolucionários de hoje está a única possibilidade de frenar a catástrofe capitalista, sua barbárie e as guerras imperialistas que ameaçam afundar toda a civilização.
Camaradas:
O sistema capitalista entrou em um ciclo de decomposição aguda. Em 2008, tal qual um grande Titanic, a economia mundial chocou com as rochas submarinas de um fenomenal crack financeiro. Os capitalistas gastaram os lucros que o trabalho humano ainda não havia produzido, como continuam fazendo agora.
Na forma de espiral, a crise arrasa aqui e ali diferentes pontos do planeta, criando e recriando novas bolhas, lucros fictícios, parasitismo, saqueio e guerras.
Em 2020 se desenvolveu um novo infarto do capitalismo. Este havia sobrevivido repartindo como lucros os créditos a “taxa zero” com os que os estados imperialistas entregaram ao capital financeiro para “paliar a crise da pandemia”, enquanto deixaram a classe operária largada à sua sorte: ao desemprego, à carestia da vida, e à morte. A queda de crescimento das potências imperialistas não é mais do que o roubo, o saqueio e o parasitismo do capital financeiro.
Aqui e ali forças destrutivas continuam se desenvolvendo, quer dizer, produzindo armas e apetrechos para a guerra. Enquanto que 1% de parasitas continua concentrando as riquezas do planeta, mais de 300 milhões de operários migrantes buscam um país e um trabalho para sobreviver. A pandemia da Covid-19 não fez mais que agudizar essa crise e estancamento da economia mundial.
O sistema esperava uma nova reanimação econômica com a diminuição da crise sanitária, pese à queda por partes de ramos inteiros de produção como a aeronáutica, turismo, etc. Mas o crack é tão agudo que somente a notícia da propagação da cepa “delta” da Covid-19 fez estourar uma nova crise da bolsa.
Nos países centrais, os grandes laboratórios imperialistas monopolizaram as vacinas e deixaram 90% do mundo semicolonial arrasado pela pandemia e o estancamento de suas economias, sem vacinas, sem trabalho e sem pão para as massas. Isso é o que vimos e vemos na Colômbia, no Chile, Bolívia e Peru na América Latina. Essas são as mesmas causas que hoje incendeiam a Suazilândia (atual Essuatíni) e África do Sul. Lá os famintos tomam os supermercados para se alimentar e enfrentam abertamente o regime da “reconciliação” do stalinismo e da burguesia negra com o imperialismo. A catástrofe atual é a que coloca novamente o Oriente Médio em chamas, com golpes da revolução e da contrarrevolução.
São estas as contradições do imperialismo que o levam a morder seu rabo. Este destrói zonas do planeta, de onde obtém seus superlucros com saqueio e guerras. Já faz tempo que este podre sistema capitalista merece morrer.
Camaradas:
Dessa maneira, o mundo semicolonial se povoou de enormes revoltas, insurreições e levantamentos de massas, como assim também de novas traições e novos golpes contrarrevolucionários para esmaga-los. Os regimes perdem legitimidade. O imperialismo e a burguesia jogam toda sua crise aos trabalhadores e explorados. E nos países centrais, assentados nas aristocracias e burocracias operárias e seus partidos contrarrevolucionários, chantageiam as massas com o crack econômico, com demissões e com o desemprego crônico. Nos EUA a classe operária tinha entrado em uma fase de ascensão e combatia contra a polícia assassina, o desemprego e os salários de miséria, fazendo com que Trump fosse se esconder em um bunker debaixo da Casa Branca. Mas as direções traidoras do stalinismo e os renegados do trotskismo levaram os explorados dos EUA a apoiar Sanders e os chamados “socialistas democráticos”, que por sua vez ataram a sorte das massas oprimidas a Biden, o novo açougueiro dos piratas de Wall Street.
Com a pérfida política de colaboração de classes com o imperialismo e todos os seus regimes, o stalinismo – agora com a cumplicidade aberta dos renegados do trotskismo – submeteram a classe operária em cada processo revolucionário aos seus carrascos “democráticos” ou “progressistas” (como eles mesmo dizem), com a desculpa de “derrotar a direita burguesa”. Assim, com as mentiras de Assembleias Constituintes, armadilhas eleitorais, “cantos de sereia”, desorganizam de dentro e paralisam as ofensivas revolucionárias das massas, enquanto o fascismo e o bonapartismo esmagam o melhor da vanguarda, como acontece nas sublevações dos explorados na América Latina, África e Oriente Médio. As direções reformistas se integraram ao funcionamento pleno dos Parlamentos burgueses. Estão muito longe de utilizá-los como tribuna para desenvolver a mobilização extra parlamentária de massas.
Camaradas:
O imperialismo e a burguesia se ocuparam de dar uma sobrevida ao stalinismo depois de entregar os estados operários em 1989, para que continuem atuando como uma verdadeira polícia interna nas organizações de massas e os sindicatos, como assim também para que sejam eles os que administrem a restauração capitalista, como fazem na China, no Vietnã e na própria Cuba, transformando eles mesmos em classe possuidora. Enquanto isso, o stalinismo entregou abertamente a ex URSS ao imperialismo, dissolvendo os PCUS e transformando-se em diferentes quadrilhas da nascente nova burguesia.
Esta cínica política de preservar o stalinismo, o agente contrarrevolucionário mais capaz que a burguesia teve no século XX, junto à socialdemocracia, foi o pior golpe à classe operária mundial há mais de trinta anos. Esta questão confirma a tese marxista de que a crise do proletariado mundial se reduz à crise de sua direção, que se agravou ainda mais posto que os renegados do trotskismo entregaram as limpas bandeiras da IV Internacional ao stalinismo para dar-lhe um verniz de esquerda e que este lave as mãos cheias de sangue e traições aos olhos da nova geração da classe operária mundial.
Na América latina, sob o comando do Partido Comunista Cubano, consolidaram este pacto para encobrir pela esquerda a restauração capitalista em Cuba. Dali saiu o grito de que “o socialismo não serve mais, nem sequer em Cuba”. Este é o golpe mais cruel ao combate pela revolução socialista em todo o continente.
Milhares de trabalhadores foram às ruas de Havana e das principais cidades da ilha, motorizados pela FOME.
O partido do castrismo, que está associado às transnacionais francesas, espanholas e canadenses nos negócios do níquel, do turismo, hotelaria, do tabaco, fala em nome do “socialismo” e do “comunismo”. Tão somente o imperialismo espanhol possui mais de 300 empresas que fazem fabulosos negócios em Cuba. Somado a isto, já proliferam em toda a ilha centenas e centenas de novas empresas capitalistas, manejadas por distintas quadrilhas do PC Cubano. Tudo isso de suas casas nos condomínios fechados, enquanto o povo cubano morre de fome. E ainda por cima, os stalinistas gritam aos quatro cantos que eles “lutam contra o bloqueio dos EUA”, quando eles se encarregaram de trair cada um dos processos revolucionários no continente americano nas últimas décadas.
Camaradas:
Como derrotar o bloqueio ianque em Cuba junto do castrismo, se foi esse partido de novos “empresários vermelhos” está nos diretórios das empresas petroleiras como a Total, o grupo hoteleiro Meliá, das transnacionais canadenses do níquel, quando todas estas empresas cotizam não somente nas bolsas europeias, mas também na de Nova Iorque e repartem os dividendos da exploração das massas cubanas em Wall Street? Como combater o bloqueio ianque sobre Cuba, mendigando a Biden para que ele resolva e antes, recebendo Obama com honras, como o castrismo fez? Mentira, mil vezes mentira. Não se derrota o bloqueio a Cuba nem o saqueio de nenhuma nação oprimida do mundo sem derrotar as burguesias nativas que têm suculentos negócios como sócios menores do imperialismo.
O bloqueio dos EUA, da mesma forma que o embargo ao irã, só é possível derrotar como no Vietnã e no Iraque: com o chamado a uma aliança férrea da classe operária norte-americana que junto a heroica resistência dos explorados dessas nações, obrigaram o imperialismo ianque a fugir destes países.
O bloqueio ianque a Cuba se derrota expropriando novamente o imperialismo e suas empresas que, associadas aos novos empresários do Partido Comunista, saqueiam as riquezas dessa nação. O bloqueio se derrota expandindo a revolução socialista em toda América Latina, e não sustentando regimes burgueses decadentes e exploradores das massas, como são aqueles que constituem a farsa da “Revolução Bolivariana”, tal como décadas atrás se fez com a infame política de “via pacífica ao socialismo”, pela qual o Chile e todo o continente americano se encheram de sangue nos anos 70.
Camaradas:
As direções traidoras são as que impedem o caminho ao armamento do proletariado em cada ofensiva revolucionária. Elas são as que traíram as Greves Gerais e levam a classe operária a estado de desespero, como ocorre na África do Sul. O mesmo acontece na Venezuela, onde a “boliburguesia” retirou centenas de milhares de dólares deste país e tem sob condições de miséria extrema os trabalhadores e o povo pobre, que inclusive a empurra ao exílio massivo.
O stalinismo e os renegados do marxismo são os que submeteram a indomável classe operária grega a uma política de colaboração de classes, como ontem com a Syriza, com o Podemos e os assim chamados “anticapitalistas”, verdadeiras forças leais à monarquia dos Bourbons, esmagaram a insurreição catalã. Entregaram a luta dos trabalhadores da França em defesa de suas conquistas como a semana laboral de 35 horas. São os mesmos que submeteram a classe operária do Dombass na Ucrânia ao açougueiro Putin e cobriram suas costas para que este divida o proletariado desse país e fique com a Península da Crimeia.
Foram estas e dezenas de outras traições as que estão dando tempo, sossego e relativa estabilidade aos governos das potências imperialistas para descarregar toda sua crise a sua própria classe operária, em meio da pandemia de Covid-19.
Nestas condições, que com Biden EUA “volta ao mundo”, depois do fracasso da “guerra comercial” de Trump.
Esta vez com o Partido Democrata, o establishment ianque reconhece que EUA não pode manter-se como “primeiro” no mundo, sem realizar pactos e acordos com o resto das potências imperialistas para repartir os negócios atuais da economia mundial.
EUA tampouco poderá ser o “primeiro” se desestabiliza as instituições de domínio do planeta. Em sua tentativa de controlar o mundo, a cada passo o imperialismo norte-americano não faz mais que criar e recriar crises políticas que abrem brechas pelas quais as massas podem irromper.
A manta dos EUA já não pode cobrir todo o mercado mundial, quando França e Alemanha conquistaram seu “espaço vital” em toda Europa, de Portugal às estepes russas.
Em seu primeiro giro como presidente ianque, Biden viajou a Europa para propor um pacto ao eixo franco-alemão para reconstituir instituições domínio estáveis, com a condição de que este subvencione e garanta sustento da OTAN, sob o comando ianque. Biden aceitou que terminem a construção do Nord Stream 2, o gasoduto que vai diretamente da Rússia a Alemanha, enquanto garante que ele e sua família façam negócios com o gás que circula pela Ucrânia.
Da mesma forma, Biden se reuniu com Putin, seu sócio no massacre das massas sírias, e a quem propôs sustentar o pacto contrarrevolucionário de Genebra. Dali, Rússia junto a Turquia garantem a estabilidade não somente na Síria, mas em todo o Magreb e Oriente Médio, diante da crise do sionismo e da debilitação do Irã. EUA se apoia na emergência da “grande Turquia”, uma potência menor que controla todos os gasodutos que vão do Cáucaso e do Oriente Médio até o Mediterrâneo e de lá, para o mundo.
EUA já não pode estar em “primeiro” sem reconhecer a verdadeira relação de forças que tem com o resto das potências imperialistas. E Biden foi pelo seu objetivo: propor a toso – Japão incluído – uma frente para golpear juntos e submeter a China e tomar seu mercado interno de 400 milhões de consumidores e grandes conglomerados de megaempresas estatais.
Em sua viajem, Biden propôs às empresas alemãs e francesas serem eles os que controlem a indústria de microchips para a indústria de guerra, automotriz, eletrônica, etc., para que os grandes conglomerados da China não o façam, copiando e falsificando as patentes das potências imperialistas ianques e europeias.
Dias atrás, quando foi a crise das bolsas, todas as empresas estatais ou privadas da China foram retiradas imediatamente pelo governo dos “empresários vermelhos” de sua cotização de Wall Street. Isto ocorreu pelo pânico que o Partido Comunista de Pequim tem de que se desvalorize o valor das ações destas empresas e que os piratas ianques fiquem com a maioria destas por preço de banana. Isso porque o imperialismo não só ataca a China politicamente, mas também financeiramente.
EUA vai primeiro... nas costas da China, os ianques mostram seus canhões, em uma política agressiva e ofensiva, sustentada inclusive de sua base militar instalada no Japão. Enquanto China desenvolve um arsenal e uma força militar defensiva sobre suas fronteiras, é EUA que recorre todo o Pacífico com suas frotas e bases militares.
Hoje, para sair da catástrofe atual, o imperialismo prepara novas guerras e avançadas militares e econômicas para controlar China. A batalha econômica e política pela China se aprofunda sob o comando de Biden, enquanto se mostram as armas e os canhões no Pacífico.
Camaradas:
É preciso frenar o caminho à guerra. A catástrofe capitalista e o parasitismo do imperialismo colocam as massas sob condições de padecimentos inauditos e diante da perspectiva de novas conflagrações militares.
A colocada em cena de uma estratégia revolucionária para a vitória da classe operária mundial é a tarefa central do movimento marxista internacional.
A luta para romper com toda política de colaboração de classes é uma questão de primeira ordem do programa revolucionário. É que a luta para derrotar o domínio imperialista dos países coloniais ou semicoloniais não consiste em realizar pactos com as rasteiras burguesias nativas, como o stalinismo e os renegados do marxismo apregoam. Essas burguesias nativas são sócias menores do imperialismo e sempre estarão unidas a ele para atacar as massas, defendendo sua própria propriedade privada. Pelo contrário, se trata de unir a classe operária com as camadas empobrecidas do campesinato e do povo para tomar o poder e liberar assim toda a nação oprimida do jugo imperialista. Para o proletariado dos países centrais, o “inimigo está em casa”. Só por este caminho a classe operária poderá conquistar sua unidade internacional.
O reformismo pretende combater o fascismo e os regimes bonapartistas submetendo o proletariado a frações da burguesia que se pintam de “democráticas”. Isto é uma falácia. O proletariado defende as liberdades democráticas com as armas na mão e com o método da revolução proletária.
A luta para pôr de pé organismos de duplo poder armado das massas ao início de toda situação pré-revolucionária ou revolucionária, é uma questão fundamental e decisiva para a vitória das massas e para evitar seu esmagamento pelas mãos do fascismo.
O combate para conquistar direções revolucionárias nos sindicatos, assentadas na democracia operária mais audaz, é a forma de colaborar decisivamente com as massas para que derrotem as direções traidoras.
O imperialismo centraliza sua ofensiva e as direções traidoras. Unir a luta internacional do proletariado é uma necessidade urgente.
Camaradas, a alternativa de ferro atual não é outra que socialismo ou barbárie; socialismo ou guerra.
Continuemos lutando juntos contra o imperialismo, a burguesia e os inimigos do proletariado mundial!
Para que a classe operária e os povos oprimidos do mundo vivam, o imperialismo deve morrer!
Carlos Munzer, Abu Muad e Paula Medrano
pelo Coletivo pela Refundação da IV Internacional/Fração Leninista Trotskista Internacional (FLTI)
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