Depois de um terrorismo brutal, genocídio e saque imperialista contra o Afeganistão, Iraque e todo o Oriente Médio por mais de 20 anos...
Perante uma resistência heroica das massas em toda a região e dos trabalhadores dos EUA, que já não estão mais dispostos a morrerem por Wall Street
Como foi ontem no Iraque…
Hoje, os EUA, retiram-se do Afeganistã
Agora o Talibã, seu sócio menor, é seu guarda costas e guardião dos negócios dos ianques e de todas as potências imperialistas que estão se retirando do local
O ataque ao Afeganistão, há 20 anos atrás: as “guerras do petróleo” dos EUA pelo controle das fontes de energia do planeta.
No anos de 2001 com as “guerras do petróleo” lançada por Bush com sua política de agressão militar – que acabou com um milhão de mortos no Iraque em duas invasões (nos anos de 1991 e 2003) –, os EUA se colocaram para controlar direta e militarmente o gás, o petróleo e todas as riquezas do Oriente Médio, da qual sai a fonte fundamental de energia para o funcionamento do sistema capitalista mundial.
Essa ação militar incluiu o ato-atentado das Torres Gémeas, que organizaram e preparaam a CIA e o governo ianque, como sendo um “Pearl Harbor do Século XXI”, para conseguir o apoio do povo norte-americano.
Dessa forma grotesca e na qual nenhum analista sério acreditaria, o novo inimigo dos EUA naqueles anos era o Bin Laden e sua fração da burguesia saudita, as maiores aliadas das Petroleiras norte-americanas e particularmente, sócia dos Bush e sua família nos negócios de Construção na Arábia Saudita. Essa é a mesma fração burguesa que junto do Talibã foram armados até os dentes para controlarem, como agentes diretos dos ianques, o processo de decomposição e queda da ex URSS que começou a meados dos anos 80 com Gorbachev e acabaria no ano de 1989, e também para aplicar uma política de contenção e disciplinamento da ex burocracia soviética que invadiu Afeganistão nos anos 80. Foram eles os estabilizadores do Afeganistão manu militari para manter os negócios do imperialismo nessa região na década de ’90.
Os mujahidinsda alta burguesia saudita e do Talibã foram os guardiões do imperialismo perante o perigo que significaria se o estouro da URSS gerasse novos levantes revolucionários das massas nas ex Repúblicas Soviéticas muçulmanas como Cazaquistão, Quirguistão, Turcomenistão, Uzbequistão, etc., enquanto desde Moscou, primeiro Yeltin e depois Putin, lançaram uma guerra feroz e sanguinária contra a nação chechena, na qual não deixaram vivo nenhum homem maior de 14 anos.
Por sua vez, talibãs e seus “sócios” de Al Qaeda se prepararam junto aos ianques par conter, também nos anos ’80 as ondas expansivas da enorme revolução iraniana que não deixou pedra sobre pedra do regime proimperialista do Xá Reza Pahlevi no Irã. Essa revolução batia nas fronteiras mesmo do Afeganistão.
O imperialismo utilizou dessa forma alas reacionárias da burguesia muçulmana, tanto os xiitas no Irão quanto os sauditas no Afeganistão, como forças contrarrevolucionárias e para disciplinares as massas sublevadas. Pois, a queda da URSS enfraquecia o stalinismo como garantia contrarrevolucionária na região.
Quer dizer, tanto nos anos 80 quanto nos anos 90, o “príncipe” Bin Laden e a burguesia latifundiária do pashtun, com seu partido político-teocrático e armado, o Talibã, foram os maiores agentes diretos do imperialismo na região e, particularmente, no Afeganistão.
Olhar hoje, poucos dias após do recolher dos ianques e durante seus últimos dias no Cabul, os rios de tinta escritos pela esquerda eurocêntrica e socialimperialista sobre o recolher dos ianques no Afeganistão e o retorno do Talibã ao poder, liquidando toda caraterização de classe e desde a luta de classes sobre os acontecimentos militares, leva nós a pensar que só estamos perante reformistas cruéis encobridores das aventuras imperialistas de ontem e das derrotas e recuos que eles tentam hoje. Liquidaram assim a existência não do Afeganistão, mas de todo o Oriente Médio, de sua poderosíssima classe operária, e das mais aguerridas e combativas do mundo, como foi visto nas últimas décadas, para além da ocultação imposta pelas direções burguesas que as manipulam e pelas traições das burocracias e aristocracias operárias ocidentais, que são cúmplices da pilhagem de suas próprias potências imperialistas na região.
Os piratas ianques em suas “guerras do petróleo”, como foi em toda a história, demonstraram ser os maiores terroristas do planeta e os portadores das mais cruéis das barbáries contra os povos que oprimem. Eles, a burguesia, seus porta-vozes e a esquerda reformista os chamam “civilização”, e às massas e aos povos oprimidos que se defendem da pilhagem dos opressores, os chamam de “povos bárbaros”, como era dito na antiga Roma dos Césares. Aqui o imperialismo é a barbárie, e a luta anti-imperialista das massas é o único caminho à civilização, quer dizer, à vitória da revolução.
Com a invasão no ano de 2001, os EUA procuraram tirar do meio essa burguesia nativa que começava a disputar seus negócios como sócia menor mas, fundamentalmente, os ianques também procuravam transformar o Afeganistão em um estado tampão em mãos diretamente das forças imperialistas, de controle das fronteiras com a Rússia, a China e o Irã. Iraque e Afeganistão foram dois focos contrarrevolucionários nos quais se assentou o imperialismo para controlar as rotas do petróleo e do ópio e colocar suas forças militares, como fizeram com a OTAN no Leste Europeu para controlar completamente a economia e a política mundial após a crise económica mundial que atingiu os EUA no ano de 1997 depois do período de ’89. Essa crise estourou no governo Clinton quando desabavam as ações de todos os bancos e empresas tecnológicas que tinhas falsificado todos seus balanços de forma parasitária e rapineira.
Os EUA procuravam o controle do mundo depois da queda da URSS. Por sua vez, procurava controlar e reter para si as fontes de matérias primas e zonas de influência. Afeganistão tem 2.3 trilhões de dólares em reservas de gás e petróleo e enormes jazidas de minerais.
Recentemente foi descoberto que também possui lítio e cobalto, matérias primas fundamentais para a produção de alta tecnologia, que ainda nem sequer foi extraída, salvo de maneira rudimentar pelo Talibã. Essa fração burguesa está assentada nas montanhas e nos vales da região do Pashtun, não só no Afeganistão, mas também no Paquistão, país no qual compartilha a maior parte da sua fronteira. Dessa região sai e é comerciado o 80% do ópio e da heroína consumida a nível mundial, quer dizer, os insumos básicos de todos os laboratórios imperialistas. Aí eles o extraem pelo valor de US$ 0,10 o grama... Assim que o produto chega na Alemanha e na França, é vendido pelo valor de US$79,9 o grama. [Dados do Reporte global de drogas do ano de 2014, UNODC 2015, cartografia do tráfico de opiáceos do ano de 2016]
Como pode se ver, esse é um enorme negócio para o imperialismo. Na hora dos Business (Negócios em inglês, NdeT), os senhores barbudos com túnicas, as mulheres com chador... tudo isso some.
De forma sigilosa, a Alemanha, a França e a Inglaterra, desde a OTAN, apoiaram a invasão ianque no Afeganistão. A Bayer alemã, com a sua fundação, abriu, durante esses anos, escolas e fazia propagada falando “os meninos e as meninas precisam estudar”. A Bayer, mostrava um rosto humanizado para saquear o ópio e a heroína. Assim financiou centros de pesquisa junto dos laboratórios franceses. Dessa maneira levaram para Frankfurt e Paris 42% da heroína extraída do Afeganistão, tirada via Turquia e via Irã até as metrópoles imperialistas europeias. Cínicos e miseráveis! Dos US$0,10 que pagaram aos camponeses afegãos pelo grama de heroína, o vendem por quase US$80 na França. Um insumo quase de graça tirado do Afeganistão, com o qual, ao mesmo tempo, fazem milhões de dólares com a revenda aos grandes laboratórios farmacêuticos no mundo inteiro. Esse é o motivo das invasões militares na fase de decadência imperialista, que claramente não são nem para levar a “civilização”, nem para espalhar a “democracia”, nem para tirar o véu e a opressão sofrida pelas mulheres.
Enquanto isso, as grandes empresas de gás ianques – incluindo o Biden, que é um dos principais barões do gás –, controlaram a produção de gás do Afeganistão. Dessa maneira os EUA construíram e financiaram um estado fantoche de ocupação que outorgava suntuosos negócios à indústria militar norte-americana. Por conta disso tinha que alimentar e abastecer o exército ianque que contava com 150.000 homens apostados no Afeganistão (e para o exército parasita de Cabul). Isso significava um negócio enorme de cerca de 90.000 milhões de dólares por ano para a indústria de guerra norte-americana.
O mundo do contrário: a mídia imperialista e a esquerda lacaia querem mostrar ao imperialismo ianque como “benfeitor” e “democrático”
Vamos ao ponto, poderíamos falar que o Talibã é uma “criancinha”, “inocente” e “bondosa” do lado das tropas contrarrevolucionárias que fizeram um dos piores genocídios na história no Oriente Médio, como foi feito pelos EUA no Afeganistão e no Iraque no Século XXI. Nem que falar do genocídio que impulsionaram e concentraram na Síria, junto dos seus sócios Turquia e Rússia, partindo essa nação e consolidando o governo fascista de Al Assad. Estamos falando do imperialismo ianque, que comandante enormes aventuras sangrentas, como foram os ataques com napalm durante anos contra Vietnam e as bombas atómicas que lançaram sobre Japão, inclusive quando já tinham se rendido. É preciso acabar com tanta hipocrisia, mentira e infâmia. O imperialismo é a barbárie!
Esse “menino” Talibã cresceu armado até os dentes pelo seu mestre, o imperialismo norte-americano. Deles aprenderam suas melhores “virtudes”. Por exemplo, a fração de Bin Ladem educou no terrorismo burguês, em fazer ações militares com chacinas contra a população civil. Aprenderam isso com os ianques no Hiroshima, no Nagasaki e no Vietnam e juntos “lutaram” e “combateram” nas Torres Gémeas, atacando seu próprio povo norte-americano.
O ponto é que o fascismo no mundo semicolonial se desenvolve diretamente ligado ao imperialismo, que é a força contrarrevolucionária por excelência. Justamente por isso, Trotsky, nos Escritos Latino-americanos, coloca essa questão: o fascismo e o bonapartismo nos países semicoloniais estão assentados na ofensiva do imperialismo sobre os povos oprimidos, se apresentem eles vestidos de “democráticos” ou de “fascistas”.
Foi justamente o stalinismo quem, apoiando aos imperialismo “democráticos”, acabou sustentando os “Aliados” na Segunda Guerra Mundial e encobriu todas as ofensivas contrarrevolucionárias do imperialismo ianque durante o Pacto de Yalta.
Os ianques “defendem as mulheres”? A Síria foi destruída e levada à Idade Média, com 80% das cidades e moradias destruídas pelas bombas dos EUA, Rússia e Turquia, e todos sustaram Al Assad que massacrou mais de 600.000 pessoas e levou 15 milhões para os campos de refugiados, com as mulheres e as meninas estupradas pela ONU e seus representantes e pelos generais turcos e ianques, em troca de um pedaço de pão. Eles hoje falam e pregam os direitos inalienáveis que necessitam conquistar as mulheres afegãs que estão hoje sob o fuzil do Talibã?
Quem massacrou mais de um milhão de homens e mulheres no Iraque, os que com aviões e bombas do sionismo não estiaram em matar mulheres e meninas na Palestina ocupada, os que levaram pelos tratantes de escravas às mulheres da Centro-américa para trabalharem nas maquilas do México e dos EUA; eles não tem nem a mais mínima autoridade para falar sobre direitos das mulheres trabalhadoras, suas filhas e seus filhos. MISERÁVEIS!
Eles não são os que conquistarão os direitos da mulher trabalhadora nem no Afeganistão nem em nenhum canto do mundo.
A verdadeira história é que o Talibã não disparou nem um só tiro durante a invasão norte-americana nesse fatídico ano de 2001. Impuseram a rendição de Kandahar, a capital da região pashtun, com seus chefes Mohammad Omar e Bin Laden. Enquanto dezenas de milhares de trabalhadores e camponeses pobres, que se sublevaram contra o governo proimperialista do Paquistão, e enquanto dezenas de milhares de operários agrícolas das terras pashtuns, propriedade do Talibã, marchavam para se enfrentar aos ianques, os “valorosos” talibãs logo se renderam e pactuaram com os generais invasores norte-americanos todos os negócios do saqueio da nação.
Os melhores lutadores anti-imperialistas foram entregues pelo próprio Talibã ao imperialismo. Foram encarcerados, massacrados e fuzilados em massa, como aconteceu com 5.00 deles em um só dia na prisão de Mazar-e-Sharif, pelas mãos dos generais da OTAN.
Acompanhando o avanço da invasão ianque, que atacava ferozmente, tropas gurkas do Pentágono, assentados nas etnias e nos “senhores da guerra” uzbeques, cazaques, quirguizes da frente norte, mercenários dos ianques, foram de aldeia em aldeia e de cidade em cidade do Afeganistão, estuprando em massa mulheres e meninas, que depois assassinaram e enterravam em covas comuns, tanto que aparecem ossadas por todas partes.
Então, o Talibã se rendeu. Essa covarde burguesia nativa, sendo da etnia maioritária no Afeganistão, é a única que, se fosse apoiada pelo imperialismo, daria por si só governabilidade à nação. Uma burguesia nativa que controla e produz o ópio em suas terras nos vales do Afeganistão e do Paquistão. Uma grande burguesia nativa agrícola, numa nação Pashtun que não reconhece as fronteiras destes países, sendo 40% de população afegã, cerca de 13 milhões de habitantes; e 15% da população do Paquistão, mais de 25 milhões de habitantes.
“Qual a origem do Talibã?”, indaga supressa a mídia burguesa e as/os esquerdistas desesperadas/os, horrorizados por tamanha “barbárie”: é a classe dominante de uma nação oprimida com mais de 40 milhões de habitantes. Uma nação brutalmente saqueada pelo imperialismodo qual, a burguesia pashtun e seu partido teocrático, o Talibã é o seu sócio minoritário. Tudo o que é dito além disso só tem pura charlatanice e ideologia imperialista com as quais ocultam sua roubalheira e enganam o movimento operário mundial.
O Pentágono e o imperialismo ianque se encarregaram muito bem de erguer uma cortina de fumaça para que não seja reconhecido o perfil dos atores desta tragédia do Afeganistão invadido durante 20 anos. Um Afeganistão que, como já tínhamos dito, está situado num local estratégico da Ásia Central, não só da “rota da seda”, mas dos hidrocarbonetos (gás e petróleo, NdeT), do ópio, das armas. E é um local estratégico para instalar um foco da contrarrevolução, para controlar as enormes reservas de energia das ex Repúblicas Soviéticas Muçulmanas, para conter – como nexo – a revolução no Oriente Médio na fronteira com o Irã e jogar seu papel nas rotas comerciais com a China e com o Paquistão. Ali se assentaram diretamente os ianques. Porém, o ladrão sempre procura ocultarseu roubo e seus comparsas. Vejamos como é esse famoso mistério a respeito de como se sustenta o Talibã (expressão árabe-persa que significa “O Estudante”). Simples. Com os negócios no controle total de ramos da produção ligados à economia mundial.
O Talibã, na região Pashtun, recebe 10% dos impostos sobre as riquezas e 2,5% a mais da renda da produção do ópio que o restante da burguesia pashtun. O Talibã arrecada – só do lado do Afeganistão – 1.6 bilhões de dólares por semestre. Nem falar do comércio que garante nas fronteiras com o Paquistão e o Irã e os negócios com a mineração, que desenvolve a céu aberto com operários mineiros escravos, mesmas condições de milhões de trabalhadores agrícolas na colheita da papoula, os quais compõem 60% da força de trabalho do Afeganistão.
Existirá algum marxista, que seja digno de se chamar socialista, que lhe indique claramente à classe operária mundial onde estão seus irmãos de classe do Afeganistão?
Como é possível que seja tão miserável a esquerda socialimperialista que oculta as classes, os setores de classes e as relações de produção, pelas quais se elucidam o surgimento das nações, dos partidos políticos, dos exércitos, das lutas e das guerras? O fato é que a sua pretensão de compreender a invasão ianque ao Afeganistão e a relação deste com o imperialismo, inclusive a vestimenta e a opressão que sofre a mulher, só através do “atraso” do Talibã, é como se quiséssemos compreender o funcionamento do corpo humano olhando só a sujeira nas mãos do paciente.
O atraso cultural, a opressão da mulher e do camponês pobre, a exploração dos trabalhadores e o saqueiototalda nação afegã,devem-se ao sistema capitalista e à sua excrecência, os bandoleiros imperialistas.
O Afeganistão foi historicamente a “rota da seda”. Hoje é a rota do ópio... e da centralização da contrarrevolução nos últimos 40 anos na Ásia Central e no Oriente Médio. Esteve sob comando dos “senhores da guerra”, governada por uma monarquia cruel, que, enquanto dava direitos democráticos nas cidades e no Cabul, nos anos ’50, nos ’60 e inclusive com sua Constituição na década de 70, mantinha e sustentava uma feroz e riquíssima burguesia latifundiária pashtun.
Foi um país invadido milhares de vezes, saqueado, de trânsito das mercadorias dos capitalistas, dominando regionalmente, as diversas etnias, com suas próprias burguesias, elites e “senhores da guerra”, que se disputam os negócios com grande violência. No país também esteve o Exército Vermelho, já na fase de decomposição da ex URSS. Foram vinte anos de invasão ianque. Por conta de tudo isso a burca é uma tradição da mulher afegã nos vales pashtuns: para se defender dos estupros contra mulheres e meninas, sofridos durante séculos.
Isso foi utilizado pela cruel burguesia pashtun e pelo imperialismo para redobrar a opressão, não só da mulher, mas também das famílias operárias e camponesas pobres, aos quais escravizou nas fazendas de ópio, nos poços de petróleo e nas minas a céu aberto, utilizando a mulher, dentro da família, nos trabalhos escravos.
A mulher afegã não terá liberdade sem que sejam fuzilados todos os “senhores da guerra”, sem expulsar todas as tropas imperialistas, sem expropriar a oligarquia do Talibã e colocar à disposição do povo pobreas enormes reservas de gás, petróleo, minerais e dos opiáceos nas indústrias farmacêuticas. Pois, o Afeganistão é uma nação rica, mil vezes roubada, saqueada e oprimida pelo imperialismo.
Isso permitirá construir escolas, tirar à população do analfabetismo, que tenha em todas as casas um computador para cada criança, abrir universidades, porém, é a barbárie capitalista quem não permite isso. É o capitalismo o causante do atraso e da opressão da mulher. Na sua luta contra o regime, o governo e o imperialismo, a classe operária deve levantar como uma demanda principal a conquista irrestrita dos direitos democráticos e económicos da mulher trabalhadora. Esse combate é inseparável da construção dos organismos de autodeterminação das massas.
O feminismo burguês que hoje chora pela fugida dos EUA do Afeganistão se manteve de boca fechada enquanto os soldados ianques estupravam sem piedade as mulheres afegãs, como fizeram nos campos de refugiados com as mulheres sírias e como também o fizeram nos cárceres do Iraque invadido, com estupros em massas dos presos e das presas. Fotos das torturas percorriam o mundo. Ainda assim falam que eles levam “democracia” e civilização?
Tanto os bandoleiros de Wall Street, quanto o Talibã e todas as quadrilhas burgueses surgem do mesmo esgoto deste podre sistema capitalista mundial.
Aqui está a democracia escravista norte-americana: No Guantánamo, a poucas milhas de distância dos EUA, milhares estavam presos com grilhões, sem direito a advogados, sem julgamentos, sem direito a uma ligação. O trato do Talibã dos presos nos seus cárceres seria um exemplose comparado com os 1.500 cárceres secretos da CIA e do Pentágono. Miseráveis!
O qué é Talibã? O estudante exemplar no resguardo dos negócios das potências imperialistas e dos ianques quando se retiram do Afeganistão. Eles aprenderam, após mais de 40 anos nos quais sustentaram o imperialismo e pactuaram logo após da invasão. Hoje voltaram ao poder aggiornados (renovados, NdeT) em alguns traços, com o propósito de integrar a “comunidade internacional”.
Já se passaram 20 anos... de tormentos, sacrifícios e genocídios sobre as massas do Magreb, Oriente Médio e das ex Repúblicas Soviéticas Muçulmanas. Está presente ainda o genocídio da Rússia ao povo checheno pelas mãos do açougueiro Putin. Ainda assim, as massas não deixaram de lutar nem no Oriente Médio nem nos EUA, e contra elas se confrontou o imperialismo perante suas aventuras militares e de saqueio.
Sublevou-se a classe operária norte-americana. Esta é a verdade. Esta é a fraqueza do imperialismo ianque, embora o reformismo e os traidores do proletariado mundial o tenham submetido ao sem vergonha Biden, esse pirata de Wall Street. Hoje, nessa força radica o triunfo anti-imperialista da retirada das tropas ianques do Afeganistão.
A retirada ianque: um avanço da luta anti-imperialista das massas do mundo enquanto os piratas de Wall Street encontram-se enfraquecidos
Agora é preciso que as massas do Afeganistão irrompam combatendo como se faz no Oriente Médio ao novo regime do protetorado e do pacto de Qatar e do governo burguês do Talibã
A retirada do imperialismo ontem do Iraque e hoje do Afeganistão são triunfos táticos dos trabalhadores e do povo norte-americano que não aceitam mais as condições miseráveis impostas pela crise capitalista dos EUA que pretendem manter os parasitos da guerra, as massas não estão mais dispostas a morrer pelos piratas de Wall Street.
A retirada ianque do Iraque, que aconteceu devido à brava resistência das massas iraquianas e da classe operária da Europa e dos EUA no ano de 2008, deixou um governo de coligação nacional da burguesia curda, sunita e xiita. Porém, na sua primeira crise séria esse governo desabou perante uma enorme ofensiva das massas integrada como parte da luta revolucionária que comove desde o ano 2011 todo o Oriente Médio.
Existe a fantasiosa comparação da atual saída do Afeganistão com Saigon, mas ali estava o exército operário e camponês que impus uma derrota aos ianques e que, além das milhares de tentativas do Partido Comunista vietnamita em impor uma saída burguesa unificando numa Constituinte o norte e o sul do Vietnam, essa unificação foi feita com os explorados armados expropriando os capitalistas e o imperialismo.
Aquele que defende essa fantasia não faz mais do que ocultar que todas essas tarefas ainda estão pendentes para a classe operária do Afeganistão e a nível internacional.
Iraque também não chegou a ser Saigon e ainda Afeganistão não é Iraque, quer dizer, ainda não teve uma irrupção das massas que coloque em crise o governo Talibã. Essas são a política e o programa dos revolucionários neste momento, as quais determinam as tarefas imediatas das massas.
É preciso preparar uma ofensiva contra o regime que, às presas, procura se assentar no Afeganistão, que não será mais do que um protetorado imperialista, com agentes manejados desde o exterior através de pactos extraterritoriais. Isso será assim, embora ainda a quadrilha do Cabul tenha fugido, encabeçada pelo ex presidente AshraGhani.
Eles são membros da Cúpula de Doha (Qatar), pelos quais serão decididos o futuro e regulamentarão o comportamento do Talibã. Não é por acaso que os EUA deixaram a maioria do seu armamento e equipamentos militares para eles.
Além disso, para dar cobertura na retirada, os EUA olham a Turquia e também para Rússia. São eles seus aliados firmes e provados. Eles impuseram a vitória do fascista Al Assad na Síria junto com os ianques. Defenderam o imperialismo mundial na crise em NagoroKarabaj, para que a petroleira inglesa BP roube o petróleo da região. Nos estados maiores dos generais turcos e russos discutem as coordenadas da guerra do Afeganistão, em coordenação com os ianques. Todos olham à guarda contrarrevolucionária islâmica da teocracia iraniana, sempre disposta a serem os açougueiros, com o objetivo de manter seus negócios no Teerã.
O Talibã está “sob controle”. Ficou pendente uma ofensiva das massas que não deixe pedra sobre pedra não só dos EUA, mas do Talibã e do regime do protetorado que os ianques organizaram na Cúpula de Qatar. Essa é uma tarefa dos operários e camponeses do Afeganistão e da Ásia Central, apoiados nas lutas revolucionárias das massas sublevadas do Oriente Médio. Só o Afeganistão operário e camponês, baseado nos shoras e na milícia operária e popular, conquistará a independência real do Afeganistão como fez a Revolução de Outubro de 1917 nas Repúblicas Soviéticas do Cazaquistão, Quirguistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
Afeganistão precisa de uma ofensiva das massas par que irrompam os explorados na crise aberta nas alturas, num combate decisivo como é o de seus irmãos do Irã, que enfrentam o regime dos clérigos dos Aiatolás, junto do Líbano e do Iraque, e lutando junto da resistência heroica dos partisanos da Síria e das massas palestinas.
É tarefa do momento colocar de pé, como foi na revolução iraniana dos 80, os shoras: os conselhos de operários, camponeses pobres e soldados, armados. Estes serão capazes de unificar a nação afegã e derrotar definitivamente ao imperialismo, expropriando sem pagamento as transnacionais que roubam as riquezas do Afeganistão e aos seus sócios nativos, colocando a terra nas mãos dos camponeses pobres e nacionalizando o comércio exterior.
Todas as ofensivas revolucionárias das massas enfrentarão o pacto de Qatar das potências imperialistas europeias, dos EUA, da Rússia e do Talibã que, assim como foi a Conferência de Genebra que conduz o massacre e a partilha da Síria, já começaram atuar abertamente para estabilizar o governo e o controle do Talibã no estado afegão. Não há diferença alguma no sustento fornecido ao maior genocida do Oriente Médio, o governo fascista de Al Assad.
Pelo Afeganistão operário e camponês. Baseado nos shoras e na milícia operária e popular!
A retirada dos ianques é um passo adiante na luta anti-imperialista das massas do mundo que hoje encontraram enfraquecida aos piratas de Wall Street. Nas mãos do Talibã isso converterá rapidamente numa derrota estratégica da nação afegã, se não é impedido pelas massas operárias camponesas. Elas têm um poder enorme e atravessaram por uma grande aprendizagem. Milhões de trabalhadores mineiros, petroleiros, agrícolas, pequenos camponeses pobres, já fizeram a experiência com seus escravistas estrangeiros e nativos. No Paquistão, a classe operária pashtun é o poderosíssimo aliado do proletariado dessa nação. Irã está comovido por um poderoso levante operário e popular. As massas iraquianas não estão rendidas. Nem se renderam no Líbano.
As massas do Quirguistão e do Cazaquistão, nas ex Repúblicas Soviéticas, entraram em enormes processos de combates e lutas nos últimos 10 anos. Elas vêm da experiência soviética e sofreram todas as calamidades da restauração capitalista. Ali o povo afegão encontrará enormes forças para sua luta de libertação nacional e social.
A classe operária da Ásia Central está destinada a cumprir um papel chave e, da mesma forma que a burguesia abriu a rota do comércio, com certeza abrirá a rota da revolução.
No momento que as massas do Magreb, do Oriente Médio e da Ásia Central se conclamam muçulmanas, a esquerda reformista proimperialista fica descabelada. Mas, nós marxistas, sabemos distinguir o qué significa nas massas, enão para seus carrascos, que se conclamem “muçulmanas”: Para eles é uma entidade nacional contra o saque e a ofensiva imperialista. Sabemos distinguir esse ponto de partida anti-imperialista das massas da região, do caráter reacionário das burguesias muçulmanas e suas instituições, que são quem atam as mãos das massas, quem defende os interesses do imperialismo provocando os mais ferozes golpes contrarrevolucionários.
Não há solução no Afeganistão invadido, saqueado e mil vezes martirizado, se não conquistar um Afeganistão Operário e Camponês, baseado nos shoras e na milícia operária e popular, numa Federação de Repúblicas Socialista Soviéticas da Ásia Central, junto com seus irmãos, a classe operária e as massas exploradas de todo o Oriente Médio, hoje sublevado.
A classe operária da Europa e dos EUA devem se compromissar a lutarem decisivamente em apoio às massas afegãs, conquistando assim que nunca mais uma empresa imperialista nem um só soldado contrarrevolucionário vindo de seus países ataquem a nação afegã; para que nunca mais os laboratórios vorazes, seus bancos, suas petroleiras e suas mineradoras levem a fome e a miséria aos milhões de explorados do Afeganistão e de todas as Repúblicas Muçulmanas da Ásia Central. Nesse dia, no qual o proletariado europeu e norte-americano tenham a direção que merecem para travar esta batalha, será o dia no qual a classe operária e os camponeses pobres do Magreb e Oriente Médio, a partir da sua consciência e seu combate anti-imperialista, avançará na luta pela revolução socialista. Nessa hora chegará a morte do Talibã.
Nas mãos do Talibã, esses avanço da luta anti-imperialista das massas do mundo e do Afeganistão corre o perigo de se perder sob uma contrarrevolução sangrenta. As burguesias nacionais e o imperialismo apreenderam da experiência da Síria: antes de que seja tarde demais tinham que cortar a cabeça da hidra, da revolução, como diziam os generais de Al Assad. Um golpe contrarrevolucionário brutal do Talibã, com um estado militarizado em todo o país, indubitavelmente faz parte do manual do regime do protetorado no qual fica o Afeganistão. Por isso conta, como já foi dito, com o armamento altamente sofisticado que deixaram os ianques.
A política pro ianque da esquerda socialimperialista, de um lado, e a dos oportunistas do outro, que não preparam as massas par enfrentar abertamente ao sócio minoritário do imperialismo, o Talibã, são as duas faces da mesma medalha que só levará os explorados para uma dura e cruel derrota.
O ponto de partida é a construção de uma estratégia operária independente, par colocar de pé um partido revolucionário internacionalista e de combate das massas afegãs. Sus construção é indivisível da luta pela recuperação das bandeiras da IV Internacional, entregues pelo oportunismo e o revisionismo ao stalinismo.
O colapso econômico, a crise dos EUA e das potências imperialista, a feroz resistência e estado de revolta preinsurrecional das massas do Magreb e Oriente Médio, empurram uma crise revolucionária nas alturas no Afeganistão, que colocarão numa encruzilhada e em crise ao Talibã.
Porém a política do reformismo, pendurado das barras da saia do imperialismo, só o fortalece e o fortalecerá.
Muito bem lhe fez a classe operária afegã e a resistência anti-imperialista das massas pashtuns ao proletariado mundial. Como foi no Vietnam ou no Iraque, os sacos pretos das tropas ianques que chegavam em Nova Iorque, sublevaram a aguerrida classe operária norte-americana. Esse é o maior aliado das massas do Afeganistão. Não serão nem o Biden e nem o Trump, mas os explorados dos EUA os que dirão a última palavra. As massas exploradas do Afeganistão, igual que as do Iraque que hoje protagonizam uma ofensiva revolucionária, têm o futuro determinado à sua aliança e à solidariedade com os operários norte-americanos que combateram contra as mesmas forças dos supremacistas brancos do exército ianque que cometeram os piores genocídios do Século XXI no Afeganistão e no Iraque.
Carlos Munzer
Pelo Conselho Editor de “O Organizador Operário Internacional”
Abu Muad
Pelo Conselho Editor do periódico “A Verdade dos Oprimidos”da Síria e todo o Oriente Médio
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