O Peru rebelde é mais uma vez regado com sangue operário e camponês: 17 explorados assassinados nas mãos do golpe contrarrevolucionário do regime fujimorista e das Forças Armadas comandadas pelas bases militares ianques.
Feroz massacre policial às massas em Juliaca - Puno
Da América Latina para todo o mondo:
Vamos parar o massacre dos operários e camponeses do Peru!
O governo de Dina Boluarte, fantoche dos ianques e das Forças Armadas Fujimoristas, ceifou hoje a vida de 17 operários e camponeses pobres na cidade de Juliaca, no departamento de Puno.
Este sangrento massacre foi a resposta do imperialismo e da burguesia ao levante revolucionário que as massas exploradas do Peru encabeçam desde dezembro, principalmente no sul do país, para derrotar o feroz golpe perpetrado pelo regime Fujimorista e pelos generais genocidas das Forças Armadas.
Desde que as mobilizações foram reativadas em 4 de janeiro, a classe operária e os camponeses pobres do departamento do Puno se tornaram a vanguarda do combate das massas em todo o país, com dezenas de piquetes nas estradas, bloqueando a fronteira com a Bolívia, desenvolvendo enormes mobilizações em todas as cidades da região, etc.
De maneira particular, há dias que as massas de Juliaca lutam para ocupar o aeroporto de Manco Cápac, enfrentando duras repressões como a que aconteceu na sexta-feira 6 de janeiro.
Hoje, moradores de todas as cidades e distritos do departamento marcharam para Juliaca. A mobilização de milhares e milhares de explorados foi rumou ao aeroporto.
A ordem das bases ianques e a casta dos oficiais do exército era clara: assim como os militares haviam feito em Ayacucho em 15 de dezembro, a polícia começou a atirar contra a manifestação. Desde helicópteros, eles não lançaram apenas bombas de gás lacrimogêneo e perdigões, mas também atiraram com armas de guerra. Muitos dos companheiros foram mortos pelas chamadas "balas de expansão" que explodem dentro do corpo, destruindo órgãos inteiros.
Dezenas de explorados caíram feridos e foram imediatamente socorridos por seus companheiros. Mas muitos morreram instantaneamente. O necrotério do hospital local ficou lotado.
A repressão assassina não foi só no aeroporto, após duas horas, aconteceu em todas as ruas da cidade, com os cães de guarda da polícia atirando à queima-roupa contra os explorados até entrada a noite.
Como se não bastasse, o governo de Boluarte decretou toque de recolher de 3 dias em todo o departamento do Puno, militarizando toda a região.
Na medida que o massacre ocorrido em Juliaca se tornou conhecido, o justo ódio Dos trabalhadores e oprimidos em todo o país começou a se fazer sentir.
Em primeiro lugar, na cidade de Puno, milhares de explorados saquearam grandes armazéns e queimaram várias viaturas policiais e sedes de edifícios públicos como o Poder Judicial e a Superintendência Nacional de Alfândegas e Administração Tributária (Sunat). Em Ilave, também na região do Puno, tentou-se tomar a delegacia e incendiou-se a casa do deputado Jorge Flores Ancachi, do partido de direita Ação Popular, demonstrando o ódio das massas contra os políticos burgueses do maldito regime Fujimorista.
Enquanto isso, no Cusco, Arequipa e outras regiões, operários e camponeses pobres saíram às ruas em apoio a seus irmãos de classe de Juliaca.
Por sua vez, na capital uma mobilização combativa marchou pela Praça San Martín gritando "Puno resiste, Lima está com vocês!" e então uma vigília foi realizada em frente ao Palácio da Justiça.
Desde que o golpe contrarrevolucionário foi consumado, já são mais de 45 mártires das massas. O imperialismo, o regime Fujimorista, seu governo, as Forças Armadas e as forças repressivas são os verdadeiros e únicos terroristas!
Basta de massacre de operários e camponeses!
Abaixo o estado de exceção e o toque de recolher!
O sangue derramado não será esquecido!
Liberdade já aos prisioneiros por lutarem contra o regime Fujimorista!
Tribunais operários e populares para julgar e punir os assassinos e repressores do povo!
Sem justiça não haverá paz!
Os de cima declararam a guerra aos trabalhadores e ao povo. Continuam a regar o Peru com o sangue dos explorados.
Os operários e camponeses não podem ficar mais um dia desarmados e à mercê da repressão e do massacre do imperialismo e da burguesia!
Com delegados da CGTP, da Coordenadora Macrorregional do Sul, da Federação Mineira, dos operários da Construção Civil, da Central Nacional dos Mineiros e de todas as organizações de luta, devemos constituir uma Milícia operária e camponesa para desarmar e esmagar a casta de oficiais e todas as forças repressivas! Por comitês de soldados rasos que desacatem os oficiais Fujimoristas e se coloquem do lado do povo rebelde!
Enquanto as massas deixam dezenas de mortos em combate, não é possível que a direção da CGTP convoque apenas uma vigília pacífica em Lima. Chega! Devemos impor a ruptura da CGTP com o regime Fujimorista!
Congresso dos sindicatos e das organizações de massas em luta para colocar de pé o poder dos explorados e organizar a Greve Geral Insurrecional até que todos caiam, até derrotar este infame regime e esmagar o golpe fujimorista e aos generais assassinos!
Precisamos urgentemente ganhar as ruas de toda a América Latina!
De todas as organizações operárias, estudantis, de direitos humanos, etc., da América Latina e do mundo, organizemos ações de luta com marchas às embaixadas e consulados do Peru, comícios, greves, etc., para deter o massacre das Forças Armadas fujimoristas e do governo Boluarte.
De Alasca até a Terra do Fogo, a mesma classe, a mesma luta contra o mesmo inimigo: o imperialismo e seus regimes serventes!
Fora as bases militares ianques do Peru e de todo o continente! Fora o FMI! Fora ianques!
Liga Socialista dos Trabalhadores Internacionalistas do Peru
Como nas lutas da Bolívia contra o golpe da Áñez e os generais banzeristas, hoje no Peru o povo grita:
"AGORA SIM, GUERRA CIVIL!"
Esse é o caminho percorrido pelas massas. Suas direções reformistas estão em um ângulo de 180°.
'Agora sim, guerra civil', gritam no Cusco. Manifestantes mobilizados na cidade imperial, convocam para a luta. Isto no contexto da Greve Nacional e depois de mais de 40 mortes no último (e no único) mês do atual governo.
É assim que a batalha revolucionária de massas deve ser organizada e preparada, apesar e contra das direções covardes do reformismo. É assim que temos que lutar no Brasil e agora novamente contra os fascistas de Santa Cruz na Bolívia.
As massas são as que morrem. Os governos burgueses chamam a confiar nas Forças Armadas e nos políticos lacaios dos ianques.
As massas enterram seus mortos e arriscam o seu futuro. Agora sim, guerra civil. A covardia da esquerda “gringa” e traidora se expressa em seu desespero por restabelecer a paz social sobre o sangue e a miséria operária e camponesa...
Mas o imperialismo e a sua falência não darão paz. O reformismo vê o chão tremer sob seus pés.
Como dizia Trotsky: "Se é criminoso opor o revólver ao voto eleitoral quando as massas são enganadas; é duplamente criminoso, opor-se ao revólver do fascista com o voto eleitoral..."
Represión desde helicópteros a las masas en el aeropuerto de Manco Cápac en Juliaca
Desde helicópteros, la policía dispara gases y tiros a mansalva contra los explotados
Durante la noche, siguió la masacre a obreros y campesinos en Juliaca
Marcha en Lima en repudio a la masacre de Juliaca-Puno